25 de junho de 2009

NOKIA E MOTOROLA

NOKIA – Finlândia. Celulares. 1865

A linguagem foi a primeira grande revolução humana. Resultado de um cérebro cada vez mais complexo, ela nos deu muitas vantagens na luta pela sobrevivência. Depois domamos o fogo e com ele passamos a ter melhores armas e refeições bem mais digeríveis. Finalmente chegamos à escrita, um modo de guardar, acumular e perpetuar nosso conhecimento. Com o advento do papel, a linguagem escrita tornou mais fácil e confiável a comunicação à distância. Se um General precisasse passar um comunicado para suas tropas, bastava escrevê-lo e enviá-lo. Baseados no texto, seus soldados poderiam seguir as ordens criteriosamente. Com o passar dos anos desenvolvemos tecnologias mais complexas. A nossa voz há muito já pode chegar em qualquer lugar usando o telefone, assim como nossos textos em formato de bits também chegam em caixas de e-mails e em celulares via SMS.

O mais interessante é saber que a nossa primeira marca de hoje acompanhou esse mesmo desenvolvimento. Tudo começou quando o engenheiro finlandês Fredrik Idestam fundou uma fábrica de celulose. Em três anos já estava vendendo bastante papel e surgiu a necessidade de expandir os negócios. Idestam então construiu uma outra fábrica, próxima da primeira, às margens de um rio chamado Nokianvirta, nas imediações de uma cidade com nome parecido, Nokia.



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Em mais três anos Idestam chamou o amigo Leo Mechelin para formar com ele uma sociedade, de modo a construir uma empresa ainda maior. Mechelin colocou seu dinheiro na companhia, mas com condição de ele Fredrik aceitasse investir em eletricidade, ramo relativamente novo à época.

Já rebatizado como Nokia, o empreendimento saiu do papel para a produção de energia. Tudo foi bem no começo, mas depois da I Guerra Mundial eles quase faliram. Isso só não aconteceu porque outra empresa entrou na história e pagou as dívidas. Ela se chamava Finnish Rubber Works e atuava perto da fábrica da Nokia, produzindo materiais em borracha e usando a energia gerada por eles. Para não ficarem sem luz, eles fizeram um acordo e adquiriram a companhia quase falida.

Mais tarde a Finnish Rubber Works compraria a Finnish Cable Works, uma produtora de fios elétricos, telefones e telégrafos. Foi a partir dessa aquisição que os negócios da Nokia deixaram de ser papel, energia e borracha para ganharem espaço no ramo de telecomunicações.

Durante a década de 60 muito dinheiro foi investido em pesquisas para criação de novos aparelhos eletrônicos. A companhia vendia muita coisa boa, mas ainda não era uma multinacional. No entanto, no início da década de 90, os diretores pegam essa experiência na fabricação de eletrônicos e decidem apostar todas suas fichas na produção de aparelhos celulares.

Mesmo antes, ainda nos anos 80, a marca já lançara telefones desse tipo. No entanto, todos os aparelhos eram enormes e nada portáteis. Pesquisando à fundo uma maneira de diminuir os produtos, eles alcançaram o sucesso no mercado para uso pessoal em 1992 com o Nokia 1011.

De lá para cá foram muitos os sucessos, a ponto de a Nokia tornar-se a maior fabricante de aparelhos celulares do planeta.

Curiosidades de sobremesa

1 – De onde vem o termo Nokia? Na verdade esse é o nome de um pequeno mamífero que habitava a região na qual passa o rio, uma espécie de marta. O curso d’água acabou ganhando o mesmo nome, assim como a cidade que foi construída em suas margens. Então temos, por ordem, um bicho chamado Nokia, que deu a um rio o seu nome. O rio, por sua vez, batizou a cidade. A cidade batizou a empresa.

2 – O ringtone da Nokia ficou muito conhecido no mundo todo. Ele apareceu a primeira vez em 1994, no aparelho Nokia 2100 series. É baseado numa composição do século XIX chamada Gran Vals, do músico Francisco Tarrega.

MOTOROLA – Estados Unidos. Eletrônicos. 1928.

Lembra da sua avó dizendo que quando era jovem ouvia discos na Vitrola? Aposto que você nem sonha o que isso tem a ver com uma das maiores fábricas de aparelhos celulares do mundo. Para entender, vamos relembrar a trajetória dos irmãos Paul e Joseph Galvin, fundadores da empresa de eletrônica Galvin Manufacturing.

O primeiro produto deles foi uma ótima sacada: um eliminador de pilha para ser ligado no rádio. Com ele não era preciso gastar dinheiro comprando baterias, bastava ligar direto na tomada.

A partir de 1930 surgiu na companhia a vontade de produzir eletrônicos portáteis. Naqueles tempos o grande mercado nesse segmento específico era a venda de rádios para automóveis. Os irmãos passaram a pesquisar e acabaram desenvolvendo um produto muito bom, batizado com um nome que pretendia associar os conceitos de carro (motorcar, em inglês) e Victrola, uma marca de aparelhos de som muito famosa à época. Com o tempo o rádio Motorola fez tanto sucesso que acabou dando nome à fábrica.

A empresa continuou investindo em rádios, vendendo receptores e handie talkies. Foram eles os primeiros a apresentar ao mercado um rádio FM direcional portátil, usado pelo exército americano durante a II Guerra Mundial.

Por todo esse trabalho, a experiência da Motorola deu a eles também a chance de comercializar o primeiro aparelho celular portátil do mundo. Pesando 794 gramas, ele foi lançado em 1984 no mercado norte-americano.

Daí para frente a empresa concentrou-se cada vez mais no novo nicho de mercado. Seu pioneirismo ofereceu a oportunidade de sair na frente dos outros, mas com o tempo a falta de inovações e estratégia de marketing coerentes fizeram com que a Motorola perdesse a liderança para a Nokia.

Curiosidades de Sobremesa

1 – O nome do modelo conhecido popularmente como “tijolora” é Microtac, um dos primeiros celulares a entrar no mercado brasileiro. Depois de um tempo, chic mesmo era quem tinha um celular Motorola modelo Startac, lembram?

2 – O logo da empresa é uma letra M estilizada.

3 – Algumas pessoas dizem que o nome da marca não teria sido inspirado pelo nome Victrola. Na verdade, o sufixo “ola” seria comumente usado nas palavras que se referissem a aparelhos de som.

4 – A própria origem do termo Victrola reforça isso. Esse foi um dos produtos da Victor Talking Machine Company, uma empresa que melhorou muito o desempenho dos primeiros fonógrafos. O nome é a união de Victor com o tal sufixo “ola”.

5 – E de onde vem esse Victor? Possivelmente do termo victory, vitória em inglês. Mas o interessante dessa marca é o logo, aquele com o cachorrinho olhando para dentro da caixa do gramofone. O nome desse fox terrier era Nipper. Ele foi retratado pelo pintor Francis Barraud. Nipper olhava para o gramofone porque dali vinha a voz de seu falecido dono (irmão do pintor), o qual tinha deixado algumas gravações com sua voz. O cãozinho, ao ouvi-lo, prestava atenção. Por isso que o slogan da Victrola era His Master’s Voice, mesmo nome do quadro pintado por Barraud.

VI NO SEDENTARIO E HIPERATIVO: http://www.sedentario.org/colunas/dicionario-das-marcas/nokia-e-motorola-16881


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